Por Slavoj Žižek, via The Philosophical Salon, traduzido por Oleg e Anna Savitskaia
O aspecto mais deprimente do período pós-eleitoral nos Estados Unidos não são as medidas anunciadas pelo Presidente eleito, mas a maneira como o grosso do Partido Democrata está reagindo à sua derrota histórica.
Notavelmente, seus partidários oscilam entre dois extremos: o horror ao Grande Lobo Mau chamado Trump e o anverso deste pânico e fascinação – a renormalização da situação, a idéia de que nada de extraordinário aconteceu, de que isso é apenas mais um revés na troca normal de presidentes republicanos e democratas: Reagan, Bush, Trump… Nesse sentido, Nancy Pelosi “traz repetidamente à baila os acontecimentos ocorridos na década passada. Para ela, a lição é clara – o passado é um prólogo. O que deu certo antes vai dar certo novamente. Trump e os republicanos irão fracassar e os democratas terão de estar prontos para agarrar a oportunidade quando isso acontecer.”[1] Tal postura ignora completamente o significado real da vitória de Trump, a fraqueza do Partido Democrata que a tornou possível, e a reestruturação radical de todo o espaço político que esta vitória anuncia.
A reestruturação a que estou aludindo é demonstrada claramente por mais uma versão da inconsistência de Trump, que diz respeito à sua postura em relação à Rússia: enquanto os republicanos linha-dura atacavam constantemente Obama por sua abordagem branda demais a Putin, tolerando agressões militares russas (Geórgia, Criméia…) e desse modo colocando em risco os aliados ocidentais no Leste Europeu, os partidários de Trump agora defendem uma aproximação muito mais leniente da Rússia. O problema subjacente encontra-se exatamente aqui. Como devemos unir duas oposições ideológicas – a oposição entre tradicionalismo versos relativismo secular e a outra grande oposição ideológica, em que se baseia toda a legitimidade do Ocidente e sua “guerra ao terror”, isto é, a oposição entre os direitos individuais democrático-liberais e o fundamentalismo religioso incorporado principalmente no “islamo-fascismo”? É aí que reside a inconsistência sintomática dos neoconservadores norte-americanos: enquanto, na política interna, privilegiam a luta contra o secularismo liberal (aborto, casamentos homoafetivos, etc.) – ou seja, sua luta é a luta da assim chamada “cultura da vida” contra a “cultura de morte” -, na política externa, privilegiam os valores absolutamente opostos, ou seja, a “cultura da morte” liberal.
Uma maneira de resolver esse dilema é a abordagem linha-dura fundamentalista cristã, articulada nas obras de Tim LaHaye e companheiros: subordinar, sem ambiguidades, a segunda oposição à primeira. Desse modo, em algum nível profundo e freqüentemente ofuscado, os neoconservadores americanos percebem a União Européia como o inimigo. Essa percepção, mantida sob controle no discurso político publico, explode em seu obsceno duplo subterrâneo, a visão política da extrema direita fundamentalista cristã com seu medo obsessivo da Nova Ordem Mundial. De acordo com tal visão, Obama está em um conluio secreto com as Nações Unidas; forças internacionais vão intervir nos Estados Unidos e colocar todos os verdadeiros patriotas americanos em campos de concentração. Alguns anos atrás, houveram rumores de que tropas latino-americanas estavam nas planícies do meio-oeste, construindo campos de concentração…
O título de um dos romances de LaHaye aponta na mesma direção: A Conspiração da Europa. Os verdadeiros inimigos dos Estados Unidos não são terroristas muçulmanos; estes são apenas fantoches manipulados secretamente por secularistas europeus, as verdadeiras forças do Anticristo que querem enfraquecer os Estados Unidos e estabelecer a Nova Ordem Mundial sob o domínio das Nações Unidas. De certa forma, eles estão certos nessa percepção: a Europa não é apenas outro bloco de poder geopolítico, mas uma visão global que é em última instancia incompatível com os estados-nação. Essa dimensão da UE fornece a chave para a assim chamada “fraqueza” européia, pois há uma surpreendente correlação entre a unificação européia e sua perda de poder político-militar global. Se, contudo, a União Européia está se tornando cada vez mais uma impotente confederação trans-estatal que necessita da proteção americana, por que então os Estados Unidos estão financeiramente pouco a vontade com ela? Relembremos os indícios de que os Estados Unidos apoiaram financeiramente aquelas forças na Irlanda que organizaram a campanha do NÃO ao novo tratado europeu…. Oposta a essa opinião minoritária está a visão democrático-liberal predominante, que vê o inimigo principal em todos os tipos de fundamentalismo, e percebe o fundamentalismo cristão americano como uma versão caseira e deplorável do “islamo-fascismo”. No entanto, essa predominância agora está ameaçada. O que até aqui era uma postura marginal limitada a teorias de conspiração que floresciam às escondidas está se transformando na postura hegemônica do nosso espaço público.
Como viemos parar aqui? É preciso repetir insistentemente que a derrota de Clinton foi o preço que ela teve de pagar por neutralizar Bernie Sanders. Ela não perdeu por ter se deslocado demais para a esquerda, mas precisamente porque foi centrista demais e desse modo não conseguiu captar a revolta antiestablishment que sustentava tanto Trump como Sanders. Trump lembrou de alguns desses eleitores da realidade semiesquecida da luta de classes, embora, é claro, ele o fizesse de uma maneira populista distorcida. A raiva antiestablishment de Trump foi uma espécie de retorno daquilo que foi reprimido na política da esquerda moderada liberal focada em questões culturais e do politicamente correto. Essa esquerda recebeu de Trump a sua própria mensagem na sua verdadeira forma invertida. É por isso que a única maneira de responder a Trump teria sido apropriar-se plenamente da raiva antiestablishment, e não dispensá-la como primitivismo da escoria branca.
Lembremos quantas vezes a mídia liberal anunciou que Trump foi pego de calças curtas e cometeu um suicídio público (zombando dos pais de um herói de guerra morto, gabando-se de agarrar mulheres pela vagina, etc.). Os comentaristas liberais arrogantes estavam chocados como seus ataques acerbos e contínuos às explosões de vulgaridade racista e sexista de Trump, falsidades factuais, bobagens econômicas, etc., não o prejudicavam nem um pouco, mas talvez até aumentassem sua atração popular. Eles não compreenderam como funciona a identificação: via de regra, nós nos identificamos com os pontos fracos do outro, não apenas e mesmo não principalmente com os pontos fortes, então quanto mais as limitações de Trump eram ironizadas, mais as pessoas comuns se identificavam com ele e percebiam os ataques a ele como ataques condescendentes a elas mesmas. A mensagem subliminar das vulgaridades de Trump para as pessoas comuns era: “Eu sou um de vocês!”, enquanto os partidários comuns de Trump sentiam-se constantemente humilhados pela atitude paternalista da elite liberal com eles. Como Alenka Zupančič colocou sucintamente, “os extremamente pobres lutam pelos extremamente ricos, como ficou patente na eleição de Trump. E a esquerda faz pouco além de repreende-los e insultá-los.”[2] Ou, deveríamos acrescentar, a esquerda faz o que é ainda pior: ela “compreende” paternalisticamente a confusão e a cegueira dos pobres… Essa arrogância da esquerda liberal explode em seu mais puro grau no novo gênero de talk shows de comédia – comentários políticos (Jon Stewart, John Oliver…) que, na maioria das vezes, chancelam a pura arrogância da elite intelectual liberal:
“Parodiar Trump é, na melhor das hipóteses, uma distração de sua política real; na pior, transforma toda a política numa piada. O processo nada tem a ver com os apresentadores ou escritores ou suas escolhas. Trump construiu a sua candidatura agindo como um cômico inescrupuloso – que tem sido sua persona da cultura pop por décadas. É simplesmente impossível parodiar eficazmente um homem que é uma autoparódia consciente, e que se tornou presidente dos Estados Unidos com base nessa atuação.”[3]
O populismo e o politicamente correto são assim as duas formas complementares de mentir que seguem a distinção clássica entre histeria e neurose obsessiva: o histérico diz a verdade sob a aparência de uma mentira (o que ele diz não é literalmente verdade, mas a mentira expressa numa forma falsa uma queixa autêntica), e o que um neurótico obsessivo alega é literalmente verdade, mas é uma verdade que serve à uma mentira. De forma homóloga, o politicamente correto é “como mentir com verdade. Ela diz as coisas certas, mas ainda assim é compreendida como errada de qualquer forma. O populismo, por outro lado, é um pouco como dizer a verdade na forma de uma mentira. Ele diz todas as coisas erradas, mas ainda assim sentimos que algo a seu respeito está, contudo, certo.” [4] O protesto populista desloca para o inimigo externo a frustração autêntica e o sentido de perda, enquanto a correição política usa seus pontos verdadeiros (detecção de sexismo e racismo no discurso, etc.) para reafirmar sua superioridade moral e assim impedir a verdadeira mudança socioeconômica.
E a história de Donald e Hillary continua: na segunda parte, os nomes do casal são substituídos por Marine Le Pen e François Fillon. Agora que Filllon foi escolhido para ser o candidato da direita nas vindouras eleições presidenciais na França e com a certeza (quase total) de que, no segundo turno das eleições, a escolha será entre Fillon e Marine Le Pen, a nossa democracia atingiu o seu ponto mais baixo (até agora). Natalie Nougayrède escreveu na sua coluna de Guardian “François Fillon é um ameaça para valores liberais tão grande como Marine Le Pen”:
“Não é coincidência que Fillon foi publicamente elogiado por Putin. Isso não foi somente porque o Kremlin espera encontrar um aliado presidencial na política externa. É também porque Putin percebe em Fillon traços de sua própria ideologia ultraconservadora. Veja como a propaganda russa apelidou a Europa de ‘Gayropa’.”[5]
Se a diferença entre Clinton e Trump foi entre o establishment liberal e a raiva populista da direita, essa diferença diminuiu ao mínimo no caso de Le Pen contra Fillon. Apesar de ambos serem conservadores culturais, nos assuntos da economia, Fillon é um neoliberal puro enquanto Le Pen está muito mais orientada para proteger os interesses dos trabalhadores. Em suma, visto que Fillon significa a pior combinação por aí hoje – o neoliberalismo econômico e o conservadorismo social – fica-se seriamente tentado a preferir Le Pen. O único argumento a favor de Fillon é puramente formal: formalmente ele defende uma Europa unida e uma distância mínima da direita populista, embora, em relação ao conteúdo, ele pareça ser pior do que Le Pen. Então ele representa a decadência imanente do próprio establishment, que é onde nós terminamos após um longo processo de derrotas e retiradas.
Em primeiro lugar, a esquerda radical teve de ser sacrificada por estar defasada em relação aos nossos novos tempos pós-modernos e aos seus novos “paradigmas”. Então, a esquerda social-democrata moderada foi sacrificada também por estar defasada em relação às necessidades do novo capitalismo global. Agora, na última fase dessa triste história triste, a própria direita liberal moderada (Juppé) foi sacrificada por estar defasada em relação aos valores conservadores que devem ser angariados se nós, o mundo civilizado, queremos derrotar Le Pen. Qualquer semelhança com a antiga história antinazista de que, primeiramente, nós observamos passivamente os nazistas no poder acabarem com os comunistas, depois, com os judeus, depois, com a esquerda moderada, depois com o centro liberal, depois, até com os conservadores honestos… é puramente acidental. A reação de Saramago – abster-se de votar – é, obviamente, a ÚNICA coisa apropriada a se fazer aqui. A situação da Polônia atual fornece mais um exemplo a este respeito, servindo de forte refutação empírica à dispensa que a esquerda liberal predominante faz do populismo autoritário como uma política contraditória fadada ao fracasso. Enquanto isso é em princípio verdade – a longo prazo estamos todos mortos, como colocou J.M. Keynes – pode haver muitas surpresas a (não tão) curto prazo:
“A visão convencional do que espera os Estados Unidos (e possivelmente a França e a Holanda) em 2017 é a de um governante excêntrico que implementa políticas contraditórias que beneficiam principalmente os ricos. Os pobres irão perder, porque os populistas não têm esperança de recuperar empregos na indústria, apesar de suas promessas. E os influxos em massa de migrantes e refugiados continuarão porque os populistas não têm plano para abordar as causas principais do problema. Ao final, os governos populistas incapazes de governar com eficiência ruirão e seus líderes ou enfrentarão impeachment ou não conseguirão se reeleger. Mas os liberais estavam errados. O PiS (Lei e Justiça, o partido governante da direita populista) transformou-se de uma nulidade ideológica em um partido que conseguiu introduzir mudanças chocantes com velocidade e eficiência recorde. (…) ele efetuou as maiores distribuições de renda da história contemporânea da Polônia. Os pais recebem um benefício mensal de 500 złoty ($120) por cada criança após da primeira, ou por todos os filhos nas famílias mais pobres (a renda média mensal líquida é de cerca de 2,900 złoty, embora mais do que dois terços de poloneses ganhem menos). Como resultado, a taxa de pobreza diminuiu em 20-40%, e em 70-90% entre as crianças. A lista continua: em 2016, o governo introduziu a distribuição de medicamentos gratuitos entre pessoas acima de 75 anos. O salário mínimo agora ultrapassa o valor que os sindicatos reivindicavam. A idade para aposentadoria foi reduzida de 67 anos tanto para homens quanto para mulheres para 60 anos para mulheres e 65 para homens. O governo também planeja a isenção tributária para os contribuintes de baixa renda.”[6]
O PiS faz o que Marine Le Pen também promete fazer na França: uma combinação de medidas antiausteridade – transferências de renda que nenhum partido da esquerda nem cogita considerar mais a garantia da ordem e da segurança que afirma a identidade nacional e promete enfrentar a ameaça de imigrantes. Quem consegue bater essa combinação que aborda diretamente as duas grandes preocupações das pessoas comuns? Nós Podemos assim vislumbrar no horizonte uma situação perversa em que a “esquerda” oficial está implementando as políticas de austeridade (ainda que defendendo os direitos multiculturais e os outros direitos) no mesmo momento que a direita populista adota as medidas anti-austeridade para ajudar os pobres (ainda que promova a pauta nacionalista xenofóbica). Essa é a mais recente imagem daquilo que Hegel descreve como die verkehrte Welt, o mundo às avessas.
E se Trump se mover na mesma direção? E se o seu projeto de protecionismo moderado e de grandes obras públicas, combinado com medidas de segurança anti-imigração e uma nova e perversa paz com a Rússia, funcionar de alguma forma?
A língua francesa usa o assim chamado ne explétif depois de certos verbos e conjunções; ele também é chamado de “non-negative ne” porque não tem valor negativo em si e para si, mas é usado em situações onde a oração principal tem o significado negativo (seja negativo ruim ou negativo negado), como expressões de medo, aviso, dúvida e negação.[7] Por exemplo: Elle a peur qu’il ne soit malade. (Ela teme que ele esteja doente). Lacan observou como essa negação supérflua demonstra perfeitamente a lacuna que separa nosso verdadeiro desejo inconsciente do nosso desejo consciente: quando uma esposa teme que seu esposo esteja doente, ela pode muito bem ficar preocupada que ele não esteja doente (desejando que fique doente). E não podemos dizer a mesma coisa sobre os liberais de esquerda horrorizados por Trump? Ils ont peur qu’il ne soit une catastrophe. O que eles realmente temem é que ele não seja uma catástrofe.
Devemos livrar-nos do falso pânico, temendo a vitória de Trump como o derradeiro horror, que nos faz apoiar Hillary apesar de todos os seus defeitos evidentes. A vitória de Trump criou uma situação política totalmente nova com chances para uma esquerda mais radical. Tanto a esquerda liberal atual quanto a direita populista estão ambas apanhadas nas políticas do medo: medo de imigrantes, de feministas, etc., ou medo de populistas fundamentalistas, etc. A primeira coisa a se fazer aqui é realizar a transição do medo para Angst: medo é o medo de um objeto externo que é percebido como representando uma ameaça à nossa identidade, enquanto a ansiedade emerge quando tomamos consciência de que há algo de errado com a nossa própria identidade, com o que queremos proteger da ameaça externa temida. O medo nos impele a aniquilar o objeto externo; a maneira de enfrentar a ansiedade é transformar a nós mesmos.
As eleições de 2016 foram a derrota final da democracia liberal, ou, mais precisamente, daquilo que poderíamos chamar de sonho fukuyamaista-esquerdista, e a única maneira de realmente derrotar Trump e resgatar o que realmente vale a pena salvar na democracia liberal é efetuar uma cisão sectária do cadáver principal da democracia liberal – em suma, deslocar o foco de Clinton para Sanders. As próximas eleições deveriam ser entre Trump e Sanders. É relativamente fácil imaginar os elementos do programa para esta nova esquerda. Trump promete anular os grandes acordos de comércio livre apoiados por Clinton, e a alternativa esquerdista a ambos deveria ser um projeto de novos e diferentes acordos internacionais – acordos que estabeleceriam controle dos bancos, acordos sobre padrões ecológicos, direitos dos trabalhadores, saúde, proteção das minorias sexuais e étnicas, etc. A grande lição do capitalismo global é que os estados-nação sozinhos não podem fazer o trabalho, e somente uma nova Internacional política possa talvez refrear o capital global.
Um velho anti-comunista esquerdista certa vez me disse que a única coisa boa sobre Stalin era que ele realmente assustou as grandes potências ocidentais. E pode-se dizer o mesmo sobre Trump: a coisa boa sobre ele é que ele realmente assusta liberais. Depois da Segunda Guerra Mundial, as potências ocidentais aprenderam a lição e concentraram-se também em suas próprias deficiências, o que as levou a desenvolver o estado de bem-estar social. Será que nossos liberais de esquerda serão capazes de fazer algo semelhante?
Notas
[1] Citado de http://www.politico.com/story/2016/11/nancy-pelosi-donald-trump-house-democrats-231716.
[2] Alenka Zupančič, “De Volta ao Futuro da Europa” (manuscrito não publicado).
[3]http://www.latimes.com/opinion/op-ed/la-oe-marche-left-fake-news-problem-comedy-20170106-story.html.
[4] Alenka Zupančič, “De Volta ao Futuro da Europa” (manuscrito não publicado).
[5] https://www.theguardian.com/commentisfree/2016/nov/28/francois-fillon-threat-liberal-values-marine-le-pen-france.
[6] Citado de https://www.project-syndicate.org/commentary/lesson-of-populist-rule-in-poland-by-slawomir-sierakowski-2017-01.
[7] Veja http://french.about.com/od/grammar/a/negation_form_2.htm.
Sobre o autor
Slavoj Žižek é filósofo marxista esloveno e crítico cultural é um dos mais distintos pensadores do nosso tempo. Žižek obteve reconhecimento internacional como teórico social após a publicação, em 1989, de seu primeiro livro em inglês “O Sublime Objeto da Ideologia” Ele contribui regularmente para jornais como “The Guardian”, “Die Zeit” ou “The New York Times”. Ele foi apelidado por alguns de “Elvis da teoria cultural” e é protagonista de numerosos filmes documentários e livros.