Por Luanda Francine*
“Nessa conjuntura, é fundamental também que possamos reconhecer quão a experiência da criação dos filhos tem sido inscrita sob faceta do privado e da privatização, condição essa responsável por criar uma atmosfera que priva as crianças e os pais de trocas sociais que sejam de partilha de algo a mais do que interesses particulares, incluindo aqui a dimensão do particular enodada à ideia de propriedade privada atribuída aos filhos, onde o “meu”, do meu filho, se enrosca na lógica política vigente, como se se tratasse, por natureza, de uma experiência individual e não, que foi individualizada.”
Diante do cenário pandêmico, não bastasse a necessária experiência limite do confinamento, para quem teve o “privilégio” de se isolar, e, está gestante e/ou tem filhos, especialmente filhos pequenos ou recém-nascidos, a quarentena trouxe à tona uma outra experiência limite: o devir de tornar-se mãe, pai, o puerpério, a amamentação, os cuidados todos que passaram a ser despendidos na circunstância do isolamento social, sem a rede de apoio institucional e não-institucional que poderia lá estar para ajudar, seja oferecendo um colo para o bebê para que a mãe e/ou o pai respirem, um copo de água, uma louça lavada, uma escuta acolhedora ou ainda uma história familiar transmitida e recontada a partir do compartilhamento dos cuidados. Tal conjuntura nos colocou frente a um momento de confluência de quarentenas, levando muitas mães e pais à um lugar de solidão em isolamento.
Isolar, recuperando os saltos etimológicos do francês isoler ao latim insula, aponta para circunstância de “estar como uma ilha”. E se hoje muitas mães, pais e crianças encontram-se ilhados é preciso analisar essa conjuntura também sob a luz que escancara e acirra os problemas sociais já existentes. O momento do resguardo que advém da chegada de um bebê é agora inserido na dimensão de um paradoxal isolamento: pois, se tanto a emergência de recolhimento devido à pandemia ou ao nascimento de uma criança faz com que o isolamento recupere o senso de pertencimento coletivo, percepção de arquipélago, também carrega em seu ventre a deformidade do laço social promovido pela lógica capitalista que superexpõe seus cordões de… isolamento!
Cuidar dos filhos, ser mãe e ser pai em estado de isolamento, é uma anomalia. No entanto, uma anomalia presente no estado anterior da plácida normalidade. A quarentena da pandemia sobreleva o eixo que se esforça em isolar as questões que envolvam a maternidade/paternidade no espaço doméstico, como se essas em nada dissessem respeito à comunidade e ao espaço político. Como se fizessem parte de um lugar geral de despertencimento coletivo, em que o Outro liberal denega o corrompimento que a chegada dos filhos provoca em seu imperativo de produtividade e eficiência.
Além disso, o panorama revelou em tons mais extremos o resultado da cultura que exorta às mulheres a função de serem as maiores responsáveis pelo cuidar, sem, no entanto, que a função do cuidar circule em estado de equidade para que a mulheres também sejam cuidadas. Uma pesquisa do IBGE [1] mostra que em 2018, as mulheres dedicaram o dobro do tempo com os afazeres domésticos e cuidados com pessoas do que os homens, mesmo quando essas ocupavam cargos de trabalho iguais aos deles. Não obstante, essa divisão por gênero não se restringe ao recorte de classes sociais. Exemplo disso é fornecido pela pesquisa do projeto brasileiro Parent in Science – Maternidade e Ciência [2] , que ainda está em fase de coleta de dados mas que já revela: desde que a pandemia se instalou, mais da metade das pesquisadoras que são mães deixaram de entregar artigos científicos em contraposição a 38% dos pesquisadores que são pais. O projeto também traz dados anteriores sobre o alcance do impacto da licença-maternidade na publicação de artigos, que pode chegar a quatro anos, deixando assim um vazio de produção no currículo Lattes. Isso é o que levou 34 entidades científicas solicitarem ao CNPq a opção de especificar na plataforma Lattes o período de licença-maternidade, o que por sua vez, também possibilitaria sustentar ali um espaço para o vazio que admoesta o produtivismo e lembra como somos interdependentes. Entretanto, até o momento, a proposta não foi acatada [3].
Conforme Lacan observou, o discurso do capitalismo rompe o laço social, promove a quebra de vínculos entre as pessoas e nada quer saber do que possa apontar à castração, à falta, ao vazio. No contexto do tema que aqui tratamos, o cuidar de um filho bem presentifica esse limite, tanto no que se refere à queda de produtividade das mães e dos pais, como também a atmosfera criativa que advém do cuidado, do ensino e da aprendizagem que envolve a todos, capaz de esburacar o Outro liberal. No entanto, se o capitalismo desumaniza, torna a todos potenciais exploradores uns dos outros e otimiza tudo para que se trabalhe e se consuma mais, o faz de uma maneira peculiar para com as mulheres (e assim também para com a Terra), reservando-lhes um lugar especial para projeção de um dos recortes fantasmáticos pelo qual o capitalismo se nutre, que é a fantasia de que exista um Outro ilimitado. Assim, nessa grande empresa que sustenta nossas míticas construções infantis, as mães ocupam o cargo de trabalhadoras-doadoras-infinitas de gozo, sendo a invisibilidade de seus trabalhos uma das condições para que todo o sistema produtivo funcione, do jeito que funciona. Afinal, para que haja tanta produtividade positivada, é preciso uma gama de produções negativadas que a anteceda. Para a grande empresa, trabalho de produção integral de mais-valia. Por isso muitas mães já estavam sem ou com escassa rede de apoio, já isoladas como ilhas antes da pandemia, porções de mãe-terra, sitiadas pelo caldo das demandas e exigências incessantes que as consomem.
No entanto, é preciso fazer a ressalva de que mesmo nesse cargo há subcategorias bem demarcadas pela grande empresa e, quando à combinatória coronavírus + exigência do Outro liberal + desigualdade de gênero é acrescido os ingredientes do racismo e da divisão de classes, a brutalidade do impacto chega ao ápice da desumanização. Exemplo disso foi o caso onde Mirtes, mãe, negra, empregada doméstica, impossibilitada de praticar o isolamento social e sem rede de apoio, foi trabalhar levando junto o seu filho de cinco anos, Miguel, que morreu pela indiferença, pelo abandono, pela renúncia de cuidado de uma estrutura social arraigada que se expressou por meio de outra mulher, que também é mãe, mas que se reconhece como branca e como patroa. Mirtes e Miguel, repito. Seus nomes, é preciso que não os esqueçamos.
Nessa conjuntura, é fundamental também que possamos reconhecer quão a experiência da criação dos filhos tem sido inscrita sob faceta do privado e da privatização, condição essa responsável por criar uma atmosfera que priva as crianças e os pais de trocas sociais que sejam de partilha de algo a mais do que interesses particulares, incluindo aqui a dimensão do particular enodada à ideia de propriedade privada atribuída aos filhos, onde o “meu”, do meu filho, se enrosca na lógica política vigente, como se se tratasse, por natureza, de uma experiência individual e não, que foi individualizada.
Gerindo e amplificando nosso narcisismo fundamental que constitui os objetos do mundo em torno do eu, o capitalismo adota como uma de suas políticas a nossa política primeva de julgamento, fundamentada, como observou Freud, nas operações de introjeção (Vereinigung) do que é experimentado como bom e prazeroso e de expulsão (Ausstossung) daquilo que é experimentado como mau, não prazeroso e, logo, estranho ao “m-eu” e jogado ao campo do que é do outro. Porém, as concepções de dentro e de fora não correspondem a toda complexidade do inconsciente, mas sim a abstrações necessárias para constituição do eu. E apesar do discurso capitalista, em seu cume liberal, insistir na aposta do excesso de individuação, como se fosse possível sermos mesmo autossuficientes, a interdependência é nossa condição estrutural. O sujeito do inconsciente não só revela nossa divisão subjetiva como também nossa necessidade de relação com o Outro para que possamos advir, como efeito dessa relação. Relação essa, por sua vez, articulada sem as divisórias que marcam com precisão o dentro e o fora, o eu e o outro, revelando assim a torção espaço-temporal moebiana que aponta para uma dimensão onde os campos se separam por momentos, algo próximo ao que, muito antes de Moebius ou Lacan, Heráclito já proferia: o quente e o frio enquanto momentos ou expressões diferentes de uma continuidade.
Apesar disso, nos encontramos em um momento onde as subjetividades são capturadas pela crença liberal que tenta isolar o dentro do fora, o meu do seu e transforma o pronome possessivo em pronome de tratamento social, pré-nome que legitima o critério de inclusão ou exclusão. Por isso, é possível virar as costas e dizer, mesmo que em segredo: “não foi com o meu filho” ou ainda, com algum outro filho que remeta a uma identificação imaginária que não exceda a esfera do m-eu. O que denota a pequenez do enquadramento da fantasia liberal que cerceia a imensa capacidade dos sujeitos, quando em posição materna ou paterna, de ampliar e incluir sob o mesmo abrigo os filhos “dos” outros, a partir da experiência do cuidado e acolhimento de um filho. Tal deslocamento permite que cheguemos no radical do um como critério, não do um do indivíduo, mas do um que se leva em conta, fazendo com que cada criança seja concebida como uma, e não, tão somente, e isoladamente, minha ou sua.
Desse modo, com a rarefação da consistência do critério da posse para inclusão do outro, o espaço para o encontro com a comunidade traz efeitos de partilha: a partilha de cuidados, ou ainda, o partilhamento de uma relação cuidadosa da comunidade para com as mães, os pais e as crianças, que respeite e acolha as necessidades de maneira contextualizada. Também, a partilha da responsabilidade afetiva de toda uma comunidade para com todas as crianças. Relações de solidariedade que ainda podem ser encontradas onde os muros do liberalismo não adquiram tanta consistência. Entretanto, a potência do afeto que possibilita fazer tal laço com o outro não encontra solo fértil sob a égide proprietarista, e, assim, o isolamento do individualismo ganha ares de excepcionalidade, fazendo com que o cuidar de um filho deixe de ser ampliado para além das cercanias da posse. E perdemos bastante com isso. Nos isolamos de uma experiência de transmissão de saberes e cuidados que possam ser partilhados por uma comunidade onde os sujeitos se impliquem uns com os outros de modo a cuidar e tratar bem da nossa condição de interdependência. Afinal, ninguém é uma ilha.
Ademais, no ocidente nos acostumamos a pensar quase exclusivamente a partir das categorias do público e do privado (e na contemporaneidade, já numa espécie de mistura grego-liberal). Porém, como nos situarmos frente ao que não pode ser possuído nem pelo eu e nem pelo coletivo? A criação dos filhos tem aspectos que se encontram nesse ínterim e o pensamento desproprietarista nos coloca frente a emergência ética de criarmos uma outra saída, que não a costumaz desresponsabilização perante ao não apossado.
Nessa toada, vale a lembrar do dito popular que afirma que devemos criar os filhos para o mundo. Por outro lado, também as palavras de Hannah Arendt, que afirma a necessidade de proteger as crianças do mundo e proteger o mundo das crianças. A combinação dessas afirmações rende um texto à parte, mas ressalto a amplitude de um horizonte que só pode advir quando nos deparamos com um limite. Precisamos proteger o mundo do quê de nosso infantil? Que mundos podem advir como respostas bem mais interessantes do que a mera exigência de um “pare o mundo que eu quero passar”?
Davi Kopenawa, em “A queda do céu”, fala que o céu desabará terrivelmente quando as as florestas – pilares do cosmos – quedarem também. Na cosmologia ocidental, vimos a pandemia quedar seu céu de fantasia liberal, de ideais narcísicos euro-antropocêntricos e de modernidade, por meio de um pequeno vírus, que sai da floresta e causa o efeito de corrosão dos pilares do céu do “povo da mercadoria”. Mas ainda não foi propriamente o fim desse mundo. Vimos ser possível ainda tentar juntar alguns cacos e fazer um móbile para colocar no teto do quarto e continuar sonhando o sonho (do novo) normal. Porém, também vimos ser possível nos voltarmos à terra desse mundo para cultivar ativamente a verdade que brota dessa raiz (pan: todo/tudo + demos: povo) e declarar o fim desse mundo, tentando unir o povo perante o que afeta a todos, incluindo nesse todos, as outras formas de seres viventes no mundo. Se o significante “morte” trazido pela pandemia inscreveu-se também na dimensão da “nossa” espécie, que esse significante deslize para além da cadeia em que nos encerramos e encerramos o que não pode ser possuído. Pois, um cuidar que não se oriente em direção ao mundo, de modo a incluir cada vez mais o outro em sua radical diferença, seja qual outro for, é agrupamento unido por pacto narcísico em prol de interesses privados. É preciso que nos empenhemos em ultrapassar a lógica dos isolamentos, o que inclui o isolamento baseado em (auto)atributos, de modo a fazer inéditos atos com o que nos ata.
A respeito disso, Vladimir Safatle também nos fornece uma contribuição. Quando em ocasião de discorrer sobre o tema da ecologia e da necessidade de nos relacionarmos a partir de outra posição frente a natureza[4], Safatle sintetiza: é necessário que aprendamos a fazer uma apropriação sem possessão, o que, por sua vez, propicia a abertura para o que não é idêntico as nossas predicações.
“Se apropriar, sem tomar posse”. É preciso que durmamos com esse barulho. E, quem sabe, na dimensão do sonho encontrar algumas pistas para compreensão de tal ato. Ou ainda, se quisermos, já que mencionei a Vereinigung, encontrar inspiração numa antropofagia que respeita o hiato, onde o que se introjeta não é diretamente o outro, mas a experiência gerada pelo encontro que toca o real do afetos, que nos modifica por meio de um comer e ser comido por dentro pelo que se come, um digerir que é um des-gerir, numa digestibilidade moebiana dos afetos.
Das imagens emblemáticas da quarentena que circularam pela internet, uma delas mostra o ato de um homem na Espanha que grava um vídeo seu abrindo a porta de uma gaiola, libertando dali “seu” pássaro, enquanto profere algumas palavras advindas do reconhecimento da partilha de um sofrimento. De repente, o limite do confinamento experimentado em sua forma real, desconfinou um novo mundo para aquele homem e para aquele pássaro. Eis uma boa exemplificação da digestibilidade que mencionei acima e que, por sua vez, implica uma operação de perda fálica e que feminiza. Lacan fala do efeito feminizante que tem o objeto a, e aqui podemos perceber o efeito desse encontro, por identificação, com a posição de objeto e que gerou um inédito e duplo, a partir desse lugar: ato que barra o sujeito que prende e o ato que desbarra o objeto prendido (e sim, deslocando uma letra, o objeto pássaro prendido volta ao estatuto de objeto para sempre perdido, n’algum céu).
Kopenawa diz que os brancos dormem muito, mas que só sonham consigo mesmos. Por isso, até mesmo os sonhos de criar novos mundos precisam ser indagados em sua vinculação. A que se associariam, a um animismo narcísico moderno onde tudo que projetamos são reflexos obsedantes de nossa mesma civilização? Ademais, também precisamos indagar se a vinculação se daria por um gestar ou por um gerir. Pois, ao contrário do suposto controle de gerenciamento de si e do mundo, tal qual a grande empresa liberal o faz, uma gestação implica a dimensão real de ser gestado junto ao que se gesta. Um gesto feminino, que se deixa gestar, por sustentar o vazio que dá espaço a face reflexiva do ato. Por isso, o feminino é a antimatéria do capitalismo. E nesse momento, seria propício que nos deixássemos conduzir pelos efeitos feminizantes do encontro com a posição de objeto que se permite gestar também pelas quedas dos céus, com a angústia que advém perante a incerteza do futuro e que nos modifica. Pois o feminino é instância que não suturará o céu, mas que permitirá o nascimento de gestos não sabidos capazes de alicerçarem outros céus, com mais espaço para as nossas recriações e recreações conjuntas, incidindo tanto na criação dos filhos como na reapropriação, em ato, do nosso infantil. Porque o radicalmente outro precisa ser dignamente incluído em sua diferença em nossos sonhos.
E se é verdade que, mais do que em razão de diretas reivindicações feministas (muito embora impulsionados por mulheres transformadas por essas), os novos modos de exercer a paternidade, com maior implicação afetiva e sensível nos cuidados com os filhos e também da casa, tem sido o grande fator responsável pela criação de novas masculinidades, e assim, de novos homens, o ato do cuidado revela seus efeitos de real e sua potência revolucionária[5].
Cuidar, do latim, cogitare, nasce da mesma raiz da palavra pensar. O que não deixa de ser revelador como chiste, pois, “penso”, não é também o nome (quase apagado por uma marca registrada) dado a um curativo que protege uma ferida? No entanto, se também penso onde não sou e sou onde não penso, como inverte Lacan a fórmula cartesiana, o pensamento aliado ao cuidar, ou ainda, à cura, é o pensamento sob o efeito feminizante do inconsciente que tira o eu da suposta gerência do pensamento, faz hiância e permite a emergência do sujeito que destapa a ferida da posse do ser e do pensar, revelando a falta-a-ser e uma espécie de “falta-a-pensar”. Entretanto, como naquela antropofagia desproprietarista, o pensamento desapossado pode ser apropriado de outro modo, tratado como algo próprio. Nessa perspectiva, o pensamento, quando bem pensado, bem cuidado, cuida. Cuidar, é também, uma reflexão em ato.
Outrossim, o ato reflexivo de cuidar é também ato que esculpe, que dá forma extraindo. Pois o cuidar alia-se à castração, ao limite do gozo e com outros tipos de ganho advindos da subtração e da divisão, e não apenas da adição ou multiplicação – operações essas tão onipresentes na atmosfera de consumo. Para cuidar é preciso que o sujeito se desfixe da posição de constante espera de ganho de cuidados, da crença de que exista um Outro – mítica mãe ou sua forma convertida em mítico pai –, que venha cuidar, de nós ou por nós. É preciso desalienar-se desse Outro e barra-lo para que se consiga experimentar uma posição de não apenas receber, mas de reconhecer-se capaz de dar… o que não se tem! Tal como o amar e o bem pensar.
Cuidar de si, uns dos outros, dos filhos, dos filhos “dos” outros, dos pais, dos que cuidam, da criatividade, do desejo, do vazio, do pensamento, do que não se pode possuir. Cuidar para que os nossos cuidados não cerceiem a capacidade do outro se cuidar, cuidar da ferida narcísica que se abre pela percepção de que nossas identificações predicativas de gênero, raça, cultura, classe social e de espécie não são as únicas dignas de cuidado. Cuidar das relações. Nessa direção, o ato de um pensamento cuidadoso, que não toma posse e se apropria de uma posição cuidadosa para com o mundo, pode ser um potente antídoto feminino para gestar, desde o real, uma política do sensível capaz de tirar da condição de maus-tratos a vulnerabilidade que é de todos e convocar uma tribo, onde cada um conte e se possa dizer, conte comigo.
Notas
[2] https://www.parentinscience.com/
[3] conforme dados divulgados em https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/05/26/pandemia-pode-acentuar-disparidade-entre-homens-e-mulheres-na-ciencia.htm
[4] Palestra proferida em 2019 no evento “Cosmopolitismo, Ecologia e as Políticas do Sensível”: https://cosmopolites.wixsite.com/politicasdosensivel/video
[5] Vale conhecer as pesquisas de Daniela Rosendo sobre a filósofa ecofeminista Karen J. Warren e a ética sensível ao cuidado, bem como seu livro “Sensível ao Cuidado – Uma Perspectiva Ética Ecofeminista” (Prismas Editora).
*Luanda Francine é psicanalista com formação em filosofia, Mestre em Psicologia Social pela PUC-SP e coordenadora do grupo de pesquisa sobre Ética e Direitos dos Animais do Diversitas – FFLCH/USP. É mãe, atende em consultório e atualmente mora em Lisboa. Está uma versão estendida de um texto originalmente publicado pelo site da Aller Editora.