Por Raquel Luxemburgo
“Como meio importante para garantir a segurança energética e enfrentar as mudanças climáticas, o uso pacífico da energia nuclear se parece com o fogo que Prometeu levou à humanidade acendendo a chama da esperança e abrindo um futuro brilhante para os seres humanos.” XI JINPING
A pesquisa e implementação da energia nuclear é uma grande polêmica no cenário nacional, quando se trata de produção energética, principalmente, pela grande querela de que é uma energia extremamente danosa ao meio ambiente e que não seria compatível com uma política ambiental consequente. No meio da esquerda socialista, falar de energia nuclear também gera um estranhamento, pois a narrativa hegemônica e, provavelmente, não seriamente estudada, é que a energia nuclear não é uma via possível se queremos pensar uma política ambiental socialista no que tange a produção energética. Neste caso, são colocadas como alternativas a energia solar, eólica e outras como as melhores vias.
Com uma crise energética batendo à porta do povo brasileiro:
Em 2021, o Brasil registrou a pior crise hidrológica em 91 anos. As consequências do baixo volume de chuvas atravessam vários setores (da agricultura à oferta de água para grandes cidades) e impactam diretamente a geração de energia. Um levantamento feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico mostrou que, nos últimos sete anos, os reservatórios das hidrelétricas — responsáveis pela maior parte da energia gerada no Brasil — receberam um volume de água inferior à média histórica. (MACÁRIO, 2021)
O assunto da geração de energia volta surgir, principalmente, sobre as escolhas energéticas feitas pelo Brasil durante toda a sua história recente, a energia hidráulica, já que segundo Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2020 referente ao ano de 2019, a energia hidráulica é o novo principal meio de geral de energia sendo responsável por 63,5% de toda geração de energia do país, apesar do número não tão alto, o segundo lugar é responsável apenas por 9,6% da energia gerada.
Será que realmente estamos investindo na melhor forma de geração de energia? Fazer uma transposição mecânica entre a geração de energia na China e no Brasil seria inconsequente, por isso o singelo objetivo deste artigo é trazer ao meio da esquerda, principalmente a revolucionária, apresentar uma pequena explicação sobre o que é a energia nuclear, uma pincelada sobre o desenvolvimento energético na República Popular da China e seus investimentos em energia nuclear. Mostrando que existe a possibilidade de termos uma pesquisa e produção desta energia à luz do marxismo-leninismo e avançando para um projeto de soberania nacional. Para isso, iremos percorrer o seguinte caminho: primeiro, conceituando energia nuclear, explicando o que é essa energia e suas principais questões. Pois, se queremos ter um debate sério e concreto sobre energia nuclear, essa etapa é extremamente necessária. E, por fim, iremos trazer o exemplo do avanço energético da República Popular da China, país que foi estraçalhado pelo neocolonialismo e que hoje desponta como um dos países referência em avanço tecnológico e energético e de inabalável soberania nacional.
- Energia Nuclear
Para que seja possível uma discussão sobre os avanços da energia nuclear na China, é preciso entender o que é a tão temida e pouco estudada pelo seus críticos da esquerda liberal, a energia nuclear.
Primeiro, é possível colocar uma definição simples de energia, que é definida como capacidade de realizar trabalho ou como o resultado da realização de um trabalho. Quando se trata da energia nuclear, é necessário entender o que se tem no núcleo atômico. O núcleo do átomo é constituído por cargas positivas, chamadas prótons, e de partículas de mesmo tamanho, mas sem carga, os nêutrons. Uma das primeiras coisas que aprendemos no colégio em modelo atômico é que cargas diferentes se atraem e cargas iguais se repelem. Por isso, os prótons têm a tendência de se repelirem. Como eles estão juntos no núcleo, comprova-se a existência de uma energia nos núcleos dos átomos com mais de uma partícula para manter essa estrutura. A energia que mantém os prótons e nêutrons juntos no núcleo é a energia nuclear, isto é, a energia de ligação das partículas do núcleo. (CALIAN, 2012)
A utilização desta energia é pensada a partir da possibilidade de dividir um átomo com muitos prótons e nêutrons, em dois núcleos menores, através do impacto de um nêutron. A energia, do núcleo maior, seria liberada, na maior parte, em forma de calor. A divisão desse núcleo é denominada de fissão nuclear. Essa fissão nuclear pode acontecer em um processo em cadeia, chamado de reação de reação nuclear em cadeia, como ilustrado na figura 1.
Figura 1: Reação em cadeia
A maior aplicação dessas reações em cadeia é na obtenção de energia elétrica nos reatores nucleares. Um reator nuclear é um equipamento onde acontece uma reação de fissão nuclear. Este reator para gerar energia elétrica é uma Central Térmica, onde a fonte de calor é o urânio-235, por exemplo, que tem átomos com muitos prótons e nêutrons, em vez de óleo combustível ou de carvão e com um rendimento absurdamente maior, como podemos observar na figura 2.
Figura 2: Quantidades de urânio, óleo e carvão para produzir a mesma quantidade de energia.
Quando se fala em energia nuclear, um dos pontos negativos mais colocados é a questão do lixo gerado. Um reator nuclear comum produz, como rejeito, cerca de 30 toneladas de combustível irradiado por ano. Esses resíduos são altamente tóxicos, com risco de desenvolvimento de câncer mesmo se exposto a uma baixa dose de radiação. Ao falar desse rejeito é importante pontuar que, o rejeito é todo material resultante de atividade humana que contém elementos radioativos com riscos à saúde e ao meio ambiente e para o qual não se recomenda a reutilização. As usinas nucleares são exemplos de lugares que produzem esses rejeitos. O lixo radioativo é dividido em três classes: o de baixo nível de radiação, o de nível intermediário e o de alto nível de radiação. (CALIAN, 2012)
O resíduo produzido pelos reatores nucleares é de alto nível de radiação. Os métodos de descarte desse resíduo, que é líquido, envolvem o estoque dos mesmos em tanques de aço inoxidável, envoltos em concreto num local apropriado, a solidificação em vidro e armazenagem em contêineres de aço dentro de construções de concreto ou armazéns subterrâneos. Ou a armazenagem nas piscinas de resfriamento das próprias usinas que os produzem.
Uma forma de minimizar os efeitos desse resíduo é diminuir a quantidade de resíduo, por isso, há altos investimentos em reprocessamento do lixo nuclear. O reprocessamento foi desenvolvido tanto para extrair o plutônio como para recuperar o urânio consumido no reator, como descrevo o autor “Esse urânio pode ser enriquecido e novamente usado como combustível, que irá gerar os novos radionuclídeos que podem ser reprocessados, de forma que o combustível seja reaproveitado por mais tempo.” (CALIAN, 2012)
Além disso, há possibilidade de mudar a forma de produzir energia nuclear, por isso existem pesquisas avançadas no processo de fusão de hidrogênio, principalmente, na República Popular da China e no Japão. Este trabalho não irá se aprofundar no processo de fusão nuclear, mas a fusão do hidrogênio não gera resíduo e é o mesmo processo realizado por uma estrela. Por isso, constantemente é vista a seguinte manchete: “A China está construindo um segundo sol”.
- Desenvolvimento da energia nuclear chinesa
Antes da revolução liderada por Mao Zedong, a exploração dos recursos naturais chineses era feita por empresas estrangeiras a serviço dos interesses neocolonialistas. As poucas indústrias existentes estavam concentradas junto às jazidas de carvão da Manchúria e nas áreas litorâneas de Tientsin e Xangai, locais de fácil acesso aos navios das potências imperialistas ocidentais. Após a revolução, o desenvolvimento industrial passou a ter outras perspectivas e novas características como, a socialização dos meios de produção, planificação centralizada e prioridade das indústrias de base. (SILVA, 2011)
Com base, principalmente, no trabalho de mestrado da autora Marinne Zotin (2018), será discutida a transição energética que ainda está sendo realizada pela República Popular da China. Durante o governo do Mao Zedong, a China passou por inúmeras reformas estruturais que foram importantes para o início da transição energética: a industrialização, a criação das empresas estatais (SOEs), a coletivização da terra nas comunas e a modernização da agricultura; e a garantia de saúde, educação e saneamento básicos, moradia e infraestrutura nas comunas.
No começo da década de 1950, Mao Zedong concedeu carta verde para os militares da China desenvolverem armas atômicas e garantir que a China não fosse chantageada por adversários imperialistas com armas nucleares. A China foi de longe o mais pobre e menos desenvolvido país que desenvolveu armas nucleares nos anos após a Segunda Guerra Mundial. Em 1964, após seis anos de trabalho dedicado, a China se tornou o quinto país a construir com sucesso um dispositivo explosivo nuclear, seguindo os Estados Unidos, a União Soviética, o Reino Unido e a França. Mas, a China aprovou a construção de sua primeira usina nuclear apenas em 1981, dezoito anos depois que a França, o último dos quatro primeiros estados com armas nucleares. (HIBBS, 2018)
Após a aplicação do “grande salto adiante” ainda no governo Mao, o presidente Deng Xiaoping começou a edificar as “quatro modernizações”, com o objetivo de construir o progresso chinês na agricultura, indústria, ciência e tecnologia, e defesa. A China entre 1952 e 1979 mais que triplicou a parcela do produto nacional relativo à indústria, intensificando o consumo e produção de minerais. Tendo assim, sua principal base energética a carbonífera. A partir do início dos anos 90, há uma transformação no cenário energético chinês. Houve a diversificação de fontes de energia, a aceleração da demanda por energia.
A China já possuía usinas de energia das marés e instalou painéis fotovoltaicos usando energia solar no país entre os anos 50 e 70. Lo (2014) acredita que a política da China para promover a energia renovável está relacionada a cinco fatores importantes. O primeiro é garantir e manter o fornecimento de energia permanente, tentando obter segurança energética para manter o crescimento econômico da China nas últimas três décadas, o que requer uma demanda cada vez maior de energia.
Para além da segurança energética, há estratégia chinesa de coordenar investimentos e esforços na implementação de política ambiental mais agressiva, como a recuperação de solos e rios na China, em busca também da segurança alimentar. Isso mostra também a coerência das estratégias para que ambos os objetivos sejam alcançados no longo prazo. (LO, 2014, tradução livre)
O segundo elemento é a questão das mudanças climáticas, que, como a China é líder mundial em emissões de dióxido de carbono, está diretamente relacionada às políticas de energias renováveis. O terceiro fator afeta diretamente a competitividade industrial e econômica da China, porque o governo considera as tecnologias relacionadas às indústrias renováveis uma excelente oportunidade para o crescimento industrial e econômico. O quarto fator está relacionado à poluição interna do País. Devido à forte dependência dos combustíveis fósseis, afeta a qualidade do ar, da água e do solo, o que prejudica a saúde e a qualidade de vida. Garantir o crescimento econômico, o pleno emprego e a melhoria contínua da qualidade de vida das pessoas são as chaves para a estabilidade social. O último fator está relacionado à sobrevivência humana, porque as áreas rurais da China ainda são subdesenvolvidas e dependem fortemente de biomassa e carvão para cozinhar e aquecer. Portanto, o desenvolvimento de energias renováveis ajuda a população dessas áreas a obter uma energia moderna mais sustentável. (LO apud PAIXÃO; MIRANDA)
A garantia de crescimento econômico, pleno emprego e contínua melhora da qualidade de vida da população é a chave da estabilidade social que conferiu legitimidade à centralização política chinesa na história recente em torno do PCCh. A crise ambiental no século XXI entrou na equação da estabilidade social e se tornou um catalisador da transformação das matrizes energéticas chinesas.
Em vista desses fatores, a partir de 2005, a China promoveu vigorosamente sua política de energia renovável. Lo (2014) acredita que a principal característica da política de renováveis é a sua característica de centralização, na qual o governo central desempenha o papel de importante planejador desse setor, que também é característica de outros setores econômicos do país. Em 2006, com a promulgação da “Lei das Energias Renováveis”, o potencial dos recursos renováveis da China começou de forma efetiva, inicialmente beneficiando a energia fotovoltaica e eólica.
Shuman e Lin (2012) assinalam que os objetivos dessa lei, eram de promover, desenvolvimento e emprego das energias renováveis, Também de aumentar a oferta total de energia, garantindo segurança energética, proteção ambiental e desenvolvimento econômico e social sustentável. Além disso, O IRENA (2014) afirma que essa lei estabelece um mecanismo que tem por objetivo a aceleração do investimento em tecnologias renováveis, a partir de contratos de longo prazo com os fornecedores de energia dessas fontes.
Em março de 2014, a China declarou uma “guerra contra a poluição” e afirmou que iria acelerar fechando usinas elétricas a carvão ineficientes. A energia nuclear tem sido uma parte importante na estratégia nacional de energia da China devido à sua segurança, características de confiabilidade e forte capacidade de fornecimento. Além disso, a energia nuclear como uma energia limpa fonte não emite SO2 , NOx e gases de efeito estufa. (CORNOT-GANDOLPHE, 2014)
Ao longo dos trinta e cinco anos em que a China construiu sua infraestrutura de energia nuclear, os líderes chineses estão confiantes de que a energia nuclear é consistente e contribui para a realização das aspirações e valores de longo prazo da China. A China se comprometeu a gerar eletricidade usando energia de fissão nuclear. A mesma começou a investigar a energia nuclear durante a década de 1950, principalmente com base em cooperação bilateral com a União Soviética, o que levou a discussões em meados da década de 1950 sobre cooperação em uma série de projetos de pesquisa nuclear pacíficos, incluindo reatores de fissão e energia de fusão. (HIBBS, 2018)
A China atualmente é um país exemplar no que tange a uma política consequente de pesquisa e expansão da energia nuclear. É a República Popular da China que no início de 1980 o governo criou sua política de desenvolvimento de energia nuclear e decidiu desenvolver as centrais nucleares do reator de água pressurizada (PWR). (XU, KANG, YUAN, 2018)
Hoje, este tipo de reator está presente em 299 das 442 usinas em operação no mundo. Basicamente, seu funcionamento é análogo ao de uma usina termoelétrica convencional, com a diferença de que o calor utilizado para gerar vapor é obtido a partir das fissões de átomos de urânio, e não da queima de combustíveis fósseis, com a utilização de água leve pressurizada para remover o calor do núcleo do reator. (ROCHA, 2020)
A China construiu Qinshan II, Lingao, Qinshan III, Tianwan e outras usinas nucleares. Ao longo de décadas, a tecnologia de construção e operação da China basicamente entrou na fase madura. Com o acidente nuclear de Fukushima em 2011 no Japão, a China conduziu verificações de segurança abrangentes em instalações existentes. Em maio de 2012, a reunião executiva do estado conselho examinou e aprovou o “Relatório de Inspeção de Segurança Nuclear” e o “Plano de Segurança Nuclear” e apontou que a segurança e qualidade nuclear da China foram garantidas, marcando o oficial reinício da energia nuclear.(XU, KANG, YUAN, 2018)
A China vê a energia nuclear como estratégica de várias perspectivas. A tecnologia nuclear para a geração de energia é derivada das mesmas pesquisas científicas para os reatores, plantas de enriquecimento de urânio e plantas de reprocessamento de combustível irradiado usadas para produzir armas nucleares. (HIBBS, 2018)
Atualmente, as empresas com identidades de proprietários de energia nuclear na China incluem a China General Nuclear Power Corporation (CGN), China National Nuclear Corporation (CNNC) e Corporação de Investimento Estadual de Energia (SPIC). A China é responsável por uma grande proporção das novas centrais nucleares do mundo. O governo chinês construiu o Plano de Desenvolvimento de Energia Nuclear que tem como um dos objetivos que a China desenvolva em longa escala a energia nuclear nos próximos 10 anos. Em 2026, espera-se que a China se torne o maior desenvolvedor de energia nuclear, e a parcela do carvão no fornecimento total de energia diminuirá gradualmente dos atuais 70% para um pouco menos de 54%. O potencial da energia nuclear é enorme. A meta obrigatória de energia limpa proporcionada é propício para expandir a proporção da energia nuclear e a energia nuclear é lucrativa devido à sua longa vida útil e fluxo de caixa suficiente no longo prazo. (XU, KANG, YUAN, 2018)
Como combustível para geração de energia nuclear, o recurso de urânio e sua eficiência são uma questão que deve ser considerada com antecedência para o desenvolvimento de energia nuclear sustentável na China. Urânio natural os recursos são limitados na produção e são diferentes da combustão direta do carvão. Urânio natural deve ser extraído, purificado e convertido e, em seguida, concentrado em uma fábrica de componentes de combustível nuclear para produção de combustível nuclear. Portanto, a reciclagem dos recursos de urânio é uma forte garantia para o desenvolvimento de longo prazo da energia nuclear. No processo de geração de energia, quando a fissão do combustível nuclear não consegue manter uma determinada potência nível, o combustível irradiado será produzido que é o resíduo nuclear. (XU, KANG, YUAN, 2018)
Sobre a segurança nuclear o atual líder da China comenta que:
Como passo preventivo, a China tem adotado medidas de segurança nuclear em todos os sentidos. Temos dedicado grandes esforços para elevar o nível de segurança das tecnologias e aumentar a capacidade de resposta a emergências, tendo feito fiscalizações compreensivas de segurança a instalações nucleares do país para que todos os materiais e instalações nucleares estejam sob controle efetivo. Temos elaborado e implementado planos de segurança nuclear a médio e longo prazo e aperfeiçoado o sistema jurídico nacional na área. Ainda estamos elaborando os regulamentos nacionais a fim de promover a institucionalização e legalização dos nossos trabalhos neste aspecto. (XI JINPING, 2019 vol 1).
- Algumas considerações finais
Atualmente, a República Popular da China liderada pelo Xi Jinping vem avançando o no projeto de soberania nacional de Mao Zedong, Deng Xiaoping e todos os líderes que tiveram essa responsabilidade de liderar o país. A preocupação com a segurança nuclear também está no programa atual da China. “Nós devemos seguir uma visão racional , coordenada e equilibrada sobre a segurança nuclear e incluir o seu processo na órbita do desenvolvimento saudável e sustentável.” (XI JINPING, 2019 vol 2).
A China coloca a responsabilidade dos países de cumprirem os documentos legais internacionais e as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e de ratificar a Convenção sobre a Proteção Física de Materiais e Nucleares. Mas ressalta a importância do direito de proteção de informações sensíveis de segurança nuclear. Sobre as preocupações com terrorismo e o perigo de como a energia nuclear será o usada, sabiamente Xi Jinping (2019 vol 1) coloca: “Quando a luz avança, a escuridão recua. Se dedicarmos mais esforços na área de segurança nuclear, deixaremos menos oportunidades ao terrorismo.”
A China nos mostra de forma exemplar como um país pode investir em diversas fontes energéticas pensando em seu povo, sem abaixar a cabeça para os desejos dos países imperialistas, mas sempre entendendo e ponderando as consequências de tais fontes energéticas.
Com o desenvolvimento seguro da energia nuclear, a República Popular da China avança a passos largos para ser tornar a maior potência tecnológica global, sem negar os riscos e avanços que ainda são necessários, mas prezando por um projeto de soberania nacional em prol de permitir que o povo chinês tenha uma vida próspera e digna. Sendo um avanço para todos aqueles que querem construir uma verdadeira soberania nacional. “Vamos trabalhar de mãos dadas para que os povos do mundo tenham maior confiança na segurança nuclear duradoura e nos benefícios a ser trazidos à humanidade pela energia nuclear” (XI JINPING, 2019 vol 2).
Referências:
Projeto PIBID – UNICAMP. Subprojeto Licenciatura em Química Instituto de Química Unicamp. ENERGIA NUCLEAR. Bolsista ID: Bruna Roque Calian, 2012.
Silva, Mariana Santos Sobral. A demanda energética na china: um fator fundamental para o seu crescimento/ Mariana Santos Sobral Silva. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2011.
Zotin, Marianne Zanon. O Papel da China na Transição Energética Global: Estado, Indústria e Recursos/ Marianne Zanon Zotin. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2018.
Hibbs, Mark. The Future of Nuclear Power in China, Washington, D.C.: Carnegie Endowment for International. Peace, 2018.
Lo, Kevin. A critical review of China’s rapidly developing renewable energy and energy efficiency policies. Renew Sust Energy Rev 2014.
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Schuman S.; Lin A. China’s Renewable Energy Law and its impact on renewable power in China: progress, challenges and recommendations for improving implementation. Energy Policy. 2012.
Cornot-Gandolphe, Sylvie. China’s Coal Market: Can Beijing Tame ‘King Coal’? Oxford Institute for Energy Studies, 2014.
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Paixão, Michel. Miranda. Sílvia. Um comparativo entre a política de energia renovável no Brasil e na China. Revista Pesquisa & Debate. São Paulo. 2020.
Rocha, Pedro Luiz Dias. Estudo comparativo entre Reatores Modulares (SMR) e Reatores de Água Pressurizada (PWR) a partir de Análise de Decisão Multicritério. Rio de Janeiro, 2020.
Jinping, Xi. A governança da China. vol 1. Contraponto. Rio de Janeiro. 2019.
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Macário, Carol. Crise energética no Brasil: o que mudou nos últimos 20 anos. Folha de São Paulo. São Paulo. 2021.