Por Gabriel Landi e Douglas Rodrigues Barros
Tudo ameaça uma jovem militância de destruição: o amor, as ideias, as dúvidas, o ingresso no movimento que busca colocar a política em prática. Custa-lhe apreender a fusão do conhecimento e da ação que precisa realizar-se na própria luta, de tal forma que ambas depositem em si a garantia de sua verdade. As ideias dificilmente correspondem ao fato. O fato, por sua vez, dificilmente tem algo em comum com o real. A infinitude deste último dilacera a consciência finita daquela.
A constituição do sujeito histórico, do proletariado, se faz a partir das lutas revolucionárias e da organização reorganizativa da sociedade frente ao Acontecimento; é nesse momento de ruptura que advém as condições práticas do salto qualitativo da consciência nas quais a práxis-teórica se torna teoria prática. Até lá, porém, cava-se o solo, age-se por debaixo dos pés; tem-se a simplicidade da toupeira. Esse trabalho é paciente, como a paciência do conceito.
Apressadamente, porém, muitos militantes raciocinam de modo inverso: “o adversário do meu adversário é meu aliado”. Em nossa época, essa máxima tem causado tremendos estragos à verdadeira política, isto é, o dissenso radical que pode produzir o novo, revolucionar as relações sociais.
Basta ver o tipo de “unidade democrática” que apregoam os candidatos a gestores, desde FHC até Ciro Gomes: uma unidade, é evidente, apenas democrática, sem qualquer objeção às questões econômicas. Esse respeito ideológico puro pela unanimidade democrático-eleitoral mais favoreceu a autoridade incontrolável dos dispositivos policialescos, assassinos e sangrentos, na própria “democracia”, do que forneceu caminhos de emancipação.
Nas polêmicas teóricas, como na tática, uma crítica radical não pode compactuar com as críticas vulgares. Longe de “somar forças”, esse desvio significaria permitir a difusão de confusões. O movimento de banalização da denúncia que, sob as divisões cambiantes da nova forma espetacular das redes sociais, domina cotidianamente a formação atual, domina-a em cada um dos pontos onde o consumo de dados do Wi-fi multiplicou na aparência os papéis a desempenhar pelos supostos novos agentes do saber.
A sobrevivência do espírito tribal – que fora subvertido pela herança do poder de classe – e, portanto, da mais audaciosa repressão moral que ela assegura, se combina com a afirmação do condicionamento dos lugares definidos pelo poder. A denúncia torna-se o denuncismo. A formação torna-se informação. A informação sem bases torna-se o fake. O fake vende e elege.
Defendemos, a mais ampla, franca e rigorosa polêmica no interior da esquerda. Acreditamos que, sem isso, jamais será possível desembaraçar o proletariado e sua intelectualidade orgânica de suas debilidades ideológicas e práticas. Mas rigor e franqueza são justamente características que pareceram faltar ao artigo veiculado recentemente aqui. Sob o pretexto de uma crítica radical à edição da revista Jacobin no Brasil e nos EUA, posições bastante preocupantes são contrabandeadas para dentro da teoria revolucionária.
Não bastasse seus problemas teóricos, o artigo todo tem um tom de deboche, salpicado de imprecisões: o socialista-democrático Bhaskar Sunkara, filho de imigrantes trinidadianos, aparece retratado como um filho da elite tradicional estadunidense; as diferenças entre as posições de Sunkara, do conselho editorial da Jacobin EUA e da DSA (Socialistas Democráticos da América) são borradas completamente; pessoas que desempenham papel apenas auxiliar na edição da versão brasileira são retratadas como grandes artífices da empreitada; etc.
É por isso mesmo que, a despeito de divergências com a tática e a linha editorial da revista Jacobin, consideramos muito mais interessante o trabalho de separar o joio do trigo, e desmontar alguns dos lugares-comuns que se apresentam ao longo da “crítica” (diga-se de passagem, uma peça exemplar de anti-leninismo – mas voltaremos a isso mais tarde).
Anti-imperialismo, indetitarismo sul-globalista e a Jacobin
O texto se respalda numa meia-verdade, camuflando sob ela diversos saltos lógicos. Vejamos: sabemos que a Jacobin EUA (que tem diversos de seus editores ligados à DSA) promove uma intensa campanha em torno da candidatura de Bernie Sanders à Presidência dos EUA. Consideramos que Sanders é bastante vacilante e limitado, especialmente quando o assunto é a crítica ao imperialismo e ao complexo industrial-militar estadunidense. Apenas essa relação, sequer mencionada no artigo, pode explicar toda uma série de acusações levantadas.
A verdade, contudo, é o contrário do que dá a entender o texto: mesmo se considerarmos a Jacobin como uma publicação social-democrata, aí então teremos que concluir que esta é, provavelmente, a mais atenta à denúncia do imperialismo entre as do mesmo tipo. Esse anti-imperialismo pode ser insuficientemente radical (dado o acentuado caráter reformista que marca a imensa maioria dos artigos da revista), e talvez pudéssemos nos dedicar a essa discussão – não fossemos obrigados a demonstrar a inverdade da acusação anterior. Basta uma breve pesquisa no site da revista para encontrar manchetes como “Social-democracia em casa exige anti-imperialismo no estrangeiro”. Enquanto a autora reclama atenção à história recente do Vietnã… ignora o texto recente da revista sobre o jovem Ho Chi Minh, denunciando o chauvinismo dominante na esquerda francesa da época frente à questão Indochinesa, em celebração à declaração de independência do país! Não continuaremos exemplificando: bastaria uma pesquisa de uns poucos minutos no acervo da revista.
O caso é ainda mais gritante quando se dirige indiferenciadamente a crítica à Jacobin EUA e à sua seção brasileira – sendo que esta, em primeiro lugar, sequer está associada a qualquer tendência específica do reformismo brasileiro; e, em segundo lugar, seleciona visivelmente as traduções que realiza em conformidade com o público nacional, dando especial prioridade a matérias abordando a história da esquerda latino-americana.
As abundantes referências do artigo ao tema do imperialismo podem dar a entender que se trate de uma crítica no espírito da tradição leninista. Mas o artigo se permite compreender melhor em alguns relances, como quando se pergunta se “herdará a versão brasileira do original US a política de evitamento de um paradigma racial, de pensamentos do Sul global e até da emancipação da classe trabalhadora por si mesma?”
A indagação é elucidativa. É notório que a seção estadunidense da Jacobin, que atuou ao longo de todo o período das manifestações de massas contra a violência policial racista, aborda constantemente tais questões. Mas este ponto, é precisamente onde temos mais acordo com a linha editorial da revista, na qual predomina uma compreensão materialista dialética da relação entre todo o tipo de opressão e a divisão da sociedade capitalista em determinadas classes. Neste sentido, não podemos deixar de destacar o excelente trabalho de Vivek Chiber. O problema, portanto, não é tanto que a Jacobin seja negligente com a luta anti-racista, mas que supostamente evite “um paradigma” determinado da questão – “supostamente”, já que, longe de evitar o paradigma de uma identidade estanque, apegada as identificações do lugar social, a revista o confronta abertamente.
Logo a seguir, em um ato falho de “boaventurismo”, critica-se a suposta negligência a “pensamentos do Sul global”. Mas quais pensamentos seriam estes? Não se especifica. Decerto não são todos: enquanto a Jacobin EUA publica diversos autores de inúmeros países de capitalismo dependente; a editora responsável pela publicação da Jacobin Brasil acaba de lançar uma antologia de textos de revolucionários marxistas africanos. Seria curioso compreender onde a autora considera que se demarca o Rubicão da crítica radical voltada ao sul – uma vez que cita em seu artigo quase que exclusivamente autores do Norte global.
Por fim, vemos esta acusação de “evitamento” “da emancipação da classe trabalhadora por si mesma”. Retornaremos a ela em breve.
Bastaria a leitura do parágrafo mais escandaloso do texto, no qual o trinidadiano Sunkara, editor-fundador da Jacobin, é referido como oriundo de “um meio elitista branco estadunidense”; no qual “uma professora branca” é falsamente apontada como principal importadora da revista; para se ter ideia do denuncismo idealista e apegado ao lugar de fala. Ademais, ali se conclui, com a admitida especulação do “provavelmente”, acerca da composição étnica do corpo editorial da revista no Brasil.
Em todos os casos, é evidente, respaldando-se, confortavelmente em critérios de representatividade neoliberais, dispensa-se prontamente o juízo de mérito da produção intelectual dos adversários. Para que? Esta gente tem pré-disposições inelutáveis, uma vez que ocupam “certa posição socioeconômica/profissional/racial/de gênero”, e pronto. Sob um verniz de crítica radical, não se dá um passo sequer além do requentando nacionalismo, mas em um peculiar matiz: o da identidade nacional.
Divergências teóricas sobre organização
Quando a autora se escandaliza com a afirmação de Sunkara, segundo o qual “ Socialismo será legislado pela Casa Branca”, sentimos simpatia até percebermos que seu problema não é tão somente o sentido reformista da afirmação, mas a própria possibilidade de que a revolução proletária estadunidense seja a vanguarda da revolução mundial (uma hipótese que, nos parece, não pode ser ridicularizada).
É apenas assim que se sustentam as caracterizações de “uma multinacional à esquerda, com franchises espalhadas pelo mundo”: a Jacobin é apenas uma empresa imperialista, e seus editores brasileiros são uma burguesia dependente risível – e não, de fato, representantes de uma tendência influente do movimento proletário internacional. Mas, neste caso, poderíamos dizer o mesmo da Internacional Comunista, ou de qualquer outra experiência na qual uma seção determinada de uma tendência, em um país determinado, impulsiona e organiza em torno de si uma tendência internacional.
O que deveria ser uma crítica à tendência política e teórica representada pela “Internacional Jacobina” se torna uma crítica formalista, de um nativismo que beira o reacionarismo anti-internacionalista (ou seria então o caso daquele internacionalismo puramente restrito aos povos explorados dos países dependentes, considerando todo o proletariado e intelectualidade de esquerda das potências imperialista como aliados eternos de suas burguesias).
Percebemos que, do ponto de vista da forma organizativa, a crítica do artigo à Jacobin se distancia marcadamente da mais fecunda teoria organizativa já existente. Vejamos:
Um dos alvos do texto “é a premissa de uma agenda política na qual existe no fundo uma diferença crucial entre líderes e àqueles que devem ser educados/as. Os oprimidos tendem a ser aqui lidos como revolucionários em potencial – potencialidade que só pode ser exteriorizada através do contato com um líder ou formação política suficiente.” Mas, mais tarde, a crítica se volta contra as “estratégias de implosão do sistema por dentro/explosão por fora, uma aproximação com o Partido democrata ao invés da estratégia de se formar um terceiro partido”. Fica então uma dúvida: a linha editorial da revista Jacobin trata ou não os oprimidos como sujeitos revolucionários?
Uma concessão sequer, em um veículo de propaganda teórica, à estratégia de “implosão do sistema por dentro” e à renúncia a um partido independente do proletariado revolucionário – estas característica da Jacobin são, decerto, um severo ponto de divergência (motivo pelo qual, diga-se de passagens, nossos simpatias na luta política estadunidense repousam sobre a agitação, a propaganda e a organização empreendidas pelo Party for Socialism and Liberation). Mas se temos, nisso, algum acordo com a autora, é apenas para indagar-lhe: ora, mas qual o sentido dessa divergência, se recusamos a leitura segundo a qual a potencialidade revolucionária dos oprimidos “só pode ser exteriorizada através do contato” com a agitação e a propaganda teórica revolucionárias, mediante um processo organizado de elevação da “formação política” a um patamar “suficiente”?
Até aqui, pareceria que a autora simpatiza com as perspectivas de ter na forma partido a organizadora do caos indiscernível do mundo reduzido à mercadoria – mas apenas para sermos postos diante de novas confusões quando ela se horroriza com a descrença na possibilidade “da emancipação da classe trabalhadora por si mesma?” É evidente que a classe trabalhadora não pode se emancipar senão por si mesma, prezada crítica – bem como é evidente que essa emancipação não se desenvolve espontaneamente a partir de sua existência “em si”.
Na verdade, ao contrário do que prega o burocratismo sindical (ou “obreirismo”, segundo o qual a condição e a consciência proletária correspondem identicamente, em um sentido espontaneamente revolucionário), essa “emancipação da classe trabalhadora por si mesma” se desenvolve dialeticamente, como resultado de um prolongado trabalho revolucionário das camadas mais ativas e conscientes desta classe sobre todo o conjunto menos ativo e consciente da mesma, que existe atravessada por distintos patamares de disposição revolucionária.
É precisamente deste ponto de vista que Lênin considera a questão em seu “Que fazer?”, referenciando-se nas colocações de Karl Kautsky:
“os partidários do ‘movimento puramente operário’, os adeptos da ligação mais estreita e mais ‘orgânica’ (expressão do Rab. Dielo) com a luta proletária, os adversários de todos os intelectuais não operários (ainda que fossem intelectuais socialistas) foram obrigados, para defender sua posição, a recorrer aos argumentos burgueses ‘exclusivamente sindicais’. […] Para completar o que dissemos acima, citaremos ainda as palavras profundamente justas e significativas de K. Kautsky, a propósito do projeto do novo programa do partido social-democrata austríaco:
“Muitos de nossos críticos revisionistas atribuem a Marx a afirmação de que o desenvolvimento econômico e a luta de classes não somente criam as condições da produção socialista, mas engendram diretamente a consciência (o grifo é de K.K.) de sua necessidade. E eis que esses críticos objetam que a Inglaterra, país do mais avançado desenvolvimento capitalista, está mais alheia do que qualquer outro país a essa consciência. O projeto do programa leva a crer que a comissão que elaborou o programa austríaco partilha, também, desse ponto de vista dito marxista ortodoxo, que refuta o exemplo da Inglaterra. O projeto afirma: Quanto mais o proletariado aumenta em conseqüência do desenvolvimento capitalista, mais é obrigado e tem a possibilidade de lutar contra o capitalismo. O proletariado adquire a ‘consciência’ da possibilidade e da necessidade do socialismo. Por conseguinte, a consciência socialista constituirá o resultado necessário, direto da luta proletária de classe. Ora, isto é inteiramente falso. Como doutrina, o socialismo evidentemente tem suas raízes nas relações econômicas atuais, da mesma forma que a luta de classe do proletariado; do mesmo modo que esta última, resulta da luta contra a pobreza e a miséria das massas, provocadas pelo capitalismo. Mas o socialismo e a luta de classe surgem paralelamente e um não engendra o outro; surgem de premissas diferentes. A consciência socialista de hoje não pode surgir senão à base de um profundo conhecimento científico. De fato, a ciência econômica contemporânea constitui tanto uma condição da produção socialista como, por exemplo, a técnica moderna, e, apesar de todo o seu desejo, o proletariado não pode criá-las; ambas surgem do processo social contemporâneo. Ora, o portador da ciência não é o proletariado, mas a intelectualidade burguesa (o grifo é de K.K.): foi do cérebro de certos indivíduos dessa categoria que nasceu o socialismo contemporâneo, e foram eles que o transmitiram aos proletários intelectualmente mais evoluídos, que o introduziram, em seguida, na luta de classe do proletariado onde as condições o permitiram. Assim, pois, a consciência socialista é um elemento importado de fora (von Aussenhineigetranes) na luta de classe do Proletariado, e não algo que surgiu espontaneamente (ur wüchsig). Também o antigo programa de Heinfeld dizia, muito justamente, que a tarefa da social-democracia é introduzir no proletariado (literalmente: preencher o proletariado com) a consciência de sua situação e a consciência de sua missão. Não seria necessário fazê-lo se essa consciência emanasse naturalmente da luta de classe.”
[…]
Ora, o sindicalismo é justamente a escravidão ideológica dos operários pela burguesia. Por isso, nossa tarefa, a da social-democracia [destaque nosso: revolucionária], é combater a espontaneidade, desviar o movimento operário dessa tendência espontânea que apresenta o sindicalismo, de se refugiar sob as asas da burguesia, e atraí-lo para a social-democracia revolucionária.”
Na contramão destas considerações, o artigo afirma que “problema com a Jacobin” é que esta “soa mais como uma convocação à classes médias ascendentes à liderança no processo de conscientização da classe trabalhadora”. Mas essa mesma crítica foi a mesma dirigida contra Lênin, insuspeito do reformismo da Jacobin: seria um elitista, na sua busca de nivelar a agitação e a propaganda da social-democracia ao patamar da ciência socialista, disseminada muito mais entre a inteligentsia pequeno-aburguesada que entre a ampla massa do proletariado.
Uma política de esquerda não apenas deve “convocar”, mas até mesmo exigir das camadas médias intelectualizadas que assumam integralmente sua responsabilidade no processo de elevação da consciência de classe do proletariado – ou a inteligentsia pequeno-burguesa que pende para o socialismo se funde à política proletária e se integra a este trabalho, ou então se afunda numa culpa inerte que a põe a reboque dos setores mais atrasados da política operária (precisamente deste tipo que pragueja contra a classe média sendo nada senão uma perfeita representação da intelectualidade anti-intelectualista, tão típica desta mesma camada!).
Se a Jacobin padece de algum desvio pequeno-burguês, como padece todo reformismo, certamente este desvio não consiste na exigência de colocar a intelectualidade de classe média a serviço da propaganda de sua concepção da política proletária – o problema deve ser encontrado, então, nesta própria concepção, em seu conteúdo. E se a autora do artigo pretendia demonstrar a relação entre a política reformista e uma defesa da “liderança” da classe média sobre o proletariado, de fato o fez pouco ou nada em seu artigo “crítico”.
Em sua performance, o artigo apresenta uma polêmica guilhotinada: entre fatos distorcidos e ironias pessoais, não chegamos a compreender senão vagamente as posições defendidas pela própria polemista; muito menos o verdadeiro problema teórico, estratégico e organizativo com a política da Jacobin.
3 comentários em “A polêmica na guilhotina: alguns problemas de uma crítica à Jacobin Magazine”
A Jacobin recebe dinheiro das fundações Ford, Kellog e Open Society.
Se recebe dinheiro de bilionário especulador amerikkkano, já é sinal de que não vale nada.
Iguais aos movimentos identitários ao redor do mundo.
Alguns exemplos:
“Só foi possível realizar todo o trabalho que o Geledés vem realizando ao longo desse tempo por contar com parceiros fundamentais, como a Fundação Ford, ICCO, Ministério da Justiça, Comunidade Solidária, Fundação Palmares. (…) As organizações negras têm muita dificuldade de encontrar apoio financeiro para o trabalho que realizam dentro do Brasil, por vivermos num país que se governa por um mito, um mito da democracia racial.” – Sueli Carneiro – Coordenadora Executiva Geledés”
“A questão racial esteve presente na década de 1950 não só como tema de investigação patrocinada pelas Nações Unidas. Era uma questão política e existencial para intelectuais negros que se organizavam no período. Uma das mais significativas experiências de mobilização da época foi a revista Quilombo, que trazia como subtítulo “Vida, problema e aspirações do negro”. Sob a direção do intelectual negro Abdias Nascimento, Quilombo foi publicada de dezembro de 1948 a julho de 1950 no Rio de Janeiro. A revista mereceu em 2003 uma edição fac-similar publicada pela Editora 34, financiada pela Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo e pela Fundação Ford.”
Se não critica o capitalismo como uma sociedade onde as pessoas são submetidas à ditadura de uma abstração chamada dinheiro. Se não critica a propriedade privada dos meios de produção. Se não critica bilionário amerikkkano, mas, em vez disso, recebe dinheiro dos mesmos. Se não critica a propriedade privada da terra. Se não critica o imperialismo político e econômico dos países anglo-franco-germânicos. Se não critica a mercantilização da vida e a transformação das coisas em mercadorias. Então não serve.
Aproveito para deixar um artigo escrito por mim.
http://www.gazetarevolucionaria.com.br/index.php/component/k2/item/610-negro-burgues
Oi Liane! Acho seu comentário muito importante, nesse aqui e naquele meu outro texto, principalmente no seu texto aonde você trata da influência da CIA nas Ciências sociais brasileiras. Isso é muito relevante e real. Queria só te perguntar aonde você achou essa informação sobre o Jacobin receber dinheiro de fundação (o que eu não achei em lugar nenhum). Compartilha se vc tiver um link? Obrigada!
A associação da Jacobin às fundações citadas é uma mentira deslavada. Qual a prova? A contra-prova segue abaixo: inúmeros artigos da revista de ataque direto à Fundação Ford:
https://www.jacobinmag.com/2015/03/george-soros-philanthrocapitalism-millennium-villages/?fbclid=IwAR35aXuBEizahTbpEfvhRqGL9gzPr9N2SivSifdeIo6hvHyvMheue3vsj38
https://jacobinmag.com/2018/09/ford-foundation-ocean-hill-brownsville-philanthropy?fbclid=IwAR1sTVV_RKhNrUlz4fZQs4DGJ9UB6E88mLpmMqgxqlmHQcIyTzKTHQVw6uA
https://jacobinmag.com/2018/11/black-lives-matter-ford-foundation-black-power-mcgeorge-bundy?fbclid=IwAR1NYYcDkk7sjLGVpE5DQqQUgHVHwFKgc-yMUrI__qRiwQUguDO8PLFWxFg
https://m.facebook.com/jacobinmag/posts/2025030634190294